A cooperação digital não se resume à tecnologia. Envolve pessoas, culturas e a vontade partilhada de construir um futuro justo e inclusivo. De 22 a 23 de Setembro de 2025, Maputo tornou-se o ponto de encontro desta visão ao acolher o 3.º Fórum de Governação da Internet da Lusofonia (IGF-Lusofonia). Neste espaço, decisores políticos, líderes do sector e representantes da sociedade civil de Países Lusófonos reuniram-se para imaginar o próximo capítulo da era digital.

As conversas em Maputo foram ricas e viradas para o futuro. A inclusão e o acesso digital estiveram no centro das discussões, onde os países partilharam como estão a ligar comunidades remotas, a fortalecer a literacia digital e a garantir que a língua e a localização nunca sejam barreiras à participação. Foram explorados temas como a inovação pode ser ética e equitativa em painéis sobre inteligência artificial e sustentabilidade, promovendo o desenvolvimento e respeitando a diversidade cultural e os direitos humanos. As discussões voltaram-se posteriormente para a cibersegurança e a governação digital, onde a mensagem foi clara: a confiança e a transparência devem ancorar cada etapa da nossa transformação digital. Estes intercâmbios reflectiram o mesmo espírito multissectorial verificado em iniciativas como o iPRIS, onde a colaboração se torna a base para o fortalecimento institucional.

O ponto alto do Fórum foi a adopção da Declaração de Maputo, um compromisso renovado com a cooperação, o desenvolvimento de capacidades e os direitos digitais em todos os Países Lusófonos. Apelou a uma colaboração mais forte em inteligência artificial, protecção de dados e inovação digital multilingue. A liderança de Moçambique na organização do evento destacou-se, não só pela sua organização, mas também pelo seu papel simbólico na promoção de um ecossistema digital lusófono mais conectado e confiante. Através da aprendizagem partilhada e da resolução colectiva de problemas, o Fórum reafirmou que o mundo lusófono está pronto para construir uma Internet que reflicta os seus povos: diversa, dinâmica e inclusiva.

Com o encerramento das discussões, as atenções viraram-se para o futuro. A próxima edição do Fórum, que se realizará em Angola em 2026, dará continuidade a este percurso, aprofundando a cooperação e traduzindo os compromissos em acções. Para os países lusófonos, a transformação digital não é apenas uma ambição técnica. É uma responsabilidade partilhada garantir que o progresso fale em todas as línguas, inclua todas as vozes, e construa um mundo digital que pertença verdadeiramente a todos.